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História 2020-07-21T18:54:15+00:00

“Para valorizar o passado é preciso conhecê-lo, e para tanto avaliar o esforço dos que antes de nós labutaram pelo alcance do nosso mesmo ideal, lançando os alicerces do presente, regando com suores ou, talvez, com lágrimas, a sementeira que já produziu frutos sazonados e que sempre promete novas e mais risonhas esperanças”.

(Mons. Maurilio Cesar de Lima)

O contexto

No Brasil do século XVIII, ainda não existiam casas de formação e de estudo destinadas aos futuros sacerdotes diocesanos. Até então, os vocacionados tinham a opção de serem educados em alguma escola dirigida pelos padres jesuítas ou, se a família tivesse condições, realizar seus estudos na Europa.

Fundação

Para atender aos anseios do Concílio de Trento e por desejar uma esmerada formação para os futuros sacerdotes, Dom Frei Antônio de Guadalupe criava, através da provisão de 5 de setembro de 1739, o Seminário  São José, o primeiro do Brasil. Inicialmente foi construído no sopé do Morro do Castelo, mas desapareceu junto com a demolição do morro, no início do século 20, para a abertura da Avenida Central, atual Rio Branco.

Período inicial

A partir daí, o seminário viveu com as mais diversas eventualidades, se transformando, adaptando e realocando, de acordo com as condições histórico-religiosas. Nos primeiros anos de funcionamento, tinha um programa de estudos com aulas de latim, canto gregoriano, cômputos eclesiásticos, a Sagrada Escritura e moral-pastoral. Em 1873 foi separado do seminário menor, que se transferiu para o Rio Comprido. Ali, foi lançada a primeira pedra da Igreja do Sagrado Coração de Jesus (hoje Igreja de São Pedro), que até na década de 1970 servia para as solenidades externas do seminário.

Com a proclamação da República e a separação entre Estado e Igreja e os seminários maior e menor voltam a ficar juntos no Rio Comprido. Em 1892, o Papa Leão XIII elevou o Rio de Janeiro ao grau de arquidiocese, mudando seu nome para Seminário Arquidiocesano de São José.

Desafios

Em 1907, por motivos econômicos o Cardeal Joaquim Arcoverde se viu obrigado a fechar a instituição. Durante este período os seminaristas foram estudar em São Paulo, e somente em 1924 foi reaberto, funcionando num palacete arrendado na Ilha de Paquetá.

O recomeço

Para prover um maior auxílio financeiro à casa de formação, Dom Sebastião Leme criou a Obra das Vocações Sacerdotais (OVS), onde as famílias dos seminaristas e os benfeitores encarregavam-se dos gastos pessoais dos alunos. Ao terminar o contrato de cessão do seminário com os Irmãos Maristas, em 1932, os alunos de Paquetá voltaram para o Rio Comprido.

No governo de Dom Jaime de Barros Câmara foi iniciada a construção do prédio do seminário maior na Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido, (onde hoje funciona a faculdade Unicarioca) e depois de um prédio para o seminário menor.

Novos tempos

Na nova fase impulsionada pelo Concílio Vaticano II foram estabelecidas mudanças na formação dos presbíteros. O curso de teologia que era realizado na Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) retornou para sua sede. Por sua vez, Dom Eugenio de Araujo Sales determinou a construção de um novo prédio para o seminário maior, com entrada pela ladeira do Sumaré, motivada pelo excesso de ruído com a construção do elevado sobre a Avenida Paulo de Frontin, no final da década de 1970. Neste período, chegou a contar com 270 alunos.

As atividades do seminário menor foram encerradas por Dom Eusébio Oscar Scheid, que inaugurou na Tijuca, o Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos, destinado a jovens vocacionados que se preparam para ingressar no seminário maior.

O Seminário Arquidiocesano São José do Rio de Janeiro tem o privilégio de ser a mais antiga casa de formação para sacerdotes do Brasil. Sua tradição remonta quase 300 anos de história. Atrás de nós estão as vidas de homens valorosos, que se doaram e se sacrificaram a Deus e à Igreja, para que chegássemos até aqui. Se hoje no Brasil a Igreja Católica é tão conhecida e amada, é graças à atuação destas almas devotadas a Nosso Senhor.

Honrar o nosso passado é o primeiro passo para dele aprender lições que orientem o presente e construam o futuro. Por isso, é nosso papel sempre recordar, fazer memória.

Dias Atuais

Em 2012, no governo do Cardeal Orani João Tempesta, o seminário propedêutico foi transferido para as dependências do Rio Comprido, caminhando junto com o seminário maior. Sua sólida base espiritual e intelectual, com os estudos na Faculdade Eclesiástica de Filosofia e no Instituto Superior de Teologia, aliada ao desenvolvimento corporal, com aulas de educação física, e ao desenvolvimento artístico-musical, com a Schola Cantorum, e ainda o estágio pastoral nas paróquias, permite aos seminaristas cultivar não só uma boa preparação para o futuro ministério sacerdotal, mas também dotá-los de uma profunda e variada riqueza cultural, tão necessárias nestes novos tempos competitivos e de tão rápida capacidade de comunicação.

A formação se dá em dimensões humano-afetiva, intelectual, espiritual e pastoral. Acolhendo seminaristas vindos das mais diversas dioceses dentro e fora do Estado do Rio de Janeiro. Sua missão continua a ser em formar os futuros sacerdotes da Igreja segundo o seu lema “In caritate et veritate”, através da dedicação e empenho do clero diocesano, que ao mesmo tempo constrói e é parte desta história marcada pelo auxílio da Providência Divina.

Com a transferência do Seminário Propedêutico da Tijuca, começou a funcionar no local, a partir de 2011, um novo seminário de caráter arquidioceseano e missionário, o Redemptoris Mater para a Nova Evangelização.

Olhando para trás

É inegável a importância que o Seminário Arquidiocesano São José teve e tem, direta ou indiretamente, na formação de uma boa parte do clero nacional. Se contabilizar o número de sacerdotes formados pela instituição, se confirma uma imensa legião que tanto serviu e continua servindo à Igreja do Rio de Janeiro e do Brasil.

Texto: Testemunho de Fé

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